Tal como muitos outros artistas que têm desfrutado de longas carreiras, a música de Michael W. Smith já dura várias fases. Ele começou primeiramente como compositor, escrevendo canções para Sandi Patty, Bill Gaither, Amy Grant e outros. Seu relacionamento com Grant estreitou quando ele começou a sair em turnê como seu tecladista quando Grant fazia a turnê Age to Age em 1982. No ano seguinte, lançou o seu primeiro álbum solo, e rapidamente se tornou um dos maiores nomes da música cristã, alcançando sucesso mainstream ao longo dos anos , incluindo o #1 adult contemporary hit, “I Will Be Here For You”.

Atualmente, Michael se concentra mais na liderança da adoração em sua igreja e na produção de worship álbuns. Seu mais recente lançamento é intitulado Sovereign, que, como Michael explica, ganhou o título após uma canção no set chamada de “Sovereign Over Us”, uma composição de Bryan Brown, Jack Mooring e Aaron Keyes.

Michael tirou um tempo para falar sobre essas novas músicas, assim como muitas de suas canções mais populares ao longo dos anos.

Dan MacIntosh: Eu queria começar com o título de seu novo álbum. O que te fez escolher para chamá-lo Sovereign?

Michael W. Smith: Bem, primeiro de tudo, acho que você não ouvirá essa palavra muitas vezes – especialmente dentro da igreja. E honestamente o nome surgiu quando alguém me encaminhou uma canção chamada “Sovereign Over Us”. Fiquei ouvindo e estava simplesmente deslumbrado. Quero dizer, ela é muito grande, uma grande canção e tal. E pensamos que separando somente a primeira palavra, “Sovereign”, soaria popular.

Esta foi uma de muitas razões, apenas uma delas. Creio que todos, em geral, a Capitol Records e todo mundo no meu acampamento pensava que seria um título apropriado para esse álbum. É uma espécie de tudo poderia se resumir nesse nome, englobava tudo sobre o álbum. Então essa é a história mais curta.

Dan MacIntosh: Você trabalha com muitos compositores jovens; compositores que você não trabalhou em álbuns anteriores. Como você se sente quando se fala em colaboração? Você acha que faz o seu melhor trabalho quando suas ideias sobressaem quando se reúne com outros compositores?

Michael: Bem, eu faço depois de inicialmente ter uma ideia. Eu nunca fui muito bom em agendar um encontro para compor – você sabe, preciso escrever às 10h da manhã e eu só não fui bom nisso. Um monte de compositores espalhados pelo país que fazem isso são muito bem sucedidos nisso, mas a maioria das minhas idéias saem do nada e quando eu menos espero.

Mas eu vou ter que dizer que este projeto me fez sair da minha zona de conforto e saí com muita fé e comecei a trabalhar com esse grupo de jovens, e um monte de coisas legais aconteceram por conta disso. Então definitivamente quebrou todas as minhas regras em termos de o que costumo se sentir confortável sobre quando estou escrevendo.

Foi um grande passo. Era tedioso às vezes e uma certa insegurança: passando de 120 idéias para conseguir 12 músicas que possivelmente degustaria um pouco mais, mas cara, valeu a pena. E estou extremamente feliz com este álbum.

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Dan MacIntosh: Li que você escreveu uma das músicas no violão. Qual foi?

Michael: Bem, eu estava escrevendo com um cara chamado Seth Mosely, que é um dos novos nomes em Nashville e realmente faz um grande trabalho de produção, e um grande compositor. Estávamos trabalhando em outra canção chamada “Miracle”, faixa 3 do meu álbum. E pouco antes de ir embora, disse: “Ei, você tem alguma música pra mostrar? Sei que você é um compositor. Existe alguma música em seu computador?” Ele foi direto em uma canção e me mostrou a faixa que abre meu disco “You Won’t Let Go” . E sobre o violão, então, ele mostrou essa ideia de música. Peguei seu violão que estava pendurado em sua parede e terminei de escrever a melodia da faixa. E tudo isso foi em 10 minutos, e olhei pra ele e disse: “Cara! Eu acho que temos alguma coisa aqui”.

Então eu continuei cantando as únicas palavras que eu tinha, que era a ponte que nada mais é que “nada pode nos separar, nada pode nos separar”. E só sabia que a canção precisava ser sobre a passagem de Romanos que nas escrituras diz assim: “Nada pode nos separar do amor de Deus”. E, assim, acabei escrevendo a música, e ela acabou sendo o primeiro single.

Então, sim, eu pensei que era uma ótima maneira de começar o álbum. Mas isso é mais um exemplo do que eu disse antes de apenas fazer coisas malucas assim e escrever com essas pessoas que eu nunca escrevi antes. Então, um monte de coisas legais aconteceram por conta disso.

Dan MacIntosh: Seu principal instrumento eu imagino que seja o piano. Você está hesitante em tentar escrever com a guitarra apenas porque não é seu principal instrumento criativo?

Michael: Não, eu realmente gosto de escrever canções com a guitarra. Eu não sou tão versátil como sou no piano, mas, por vezes, ter um instrumento que você não conhece todos os acordes, às vezes força você a ser simples e não ser tão complicado. E isso meio que me lança em uma outra esfera, o que às vezes não é muito confortável.

Mas, meu Deus, eu escrevi algumas das minhas músicas mais favoritas na guitarra Então eu vou buscá-la de vez em quando, quando sinto como se eu estivesse exausto de não ser capaz de escrever qualquer coisa no piano. Eu só vou pegar o violão e tentar algo de outro ponto de vista Por assim sendo, na maioria das vezes acaba por ser uma coisa boa.

Dan MacIntosh: Parece-me que quando se trata em escrever canções, o seu forte é mais as melodias e as letras ficam por conta de parceiros, como sua esposa em “Friends”. Você acha que isso é onde você precisa de mais colaboração quando se trata de escrever as letras? Porque parece que as melodias vêm muito facilmente para você.

Michael: Tem sido uma constante pela maior parte da minha carreira. “Friends” foi algo muito incomum. Nós a fizemos antes de termos nossos filhos. Que fique esclarecido que ela co-escreveu todas as músicas do meu primeiro álbum. E, quanto a “Friends” foi escrita apenas para ser cantada para um irmão que participava de um pequeno grupo de estudo bíblico que também participávamos, e ele estava se afastando do grupo. E ela foi e disse naquela noite: “Devemos escrever, devemos fazer algo para Bill. Nós devemos escrever-lhe uma canção”. Bill Jackson era seu nome.

Disse: “Claro vamos escrevê-la! Vamos enviá-la a ele”. E ela disse: “Acho que devemos escrevê-la essa tarde”. E pensei que ela tinha se esquecido. Só que 30 minutos mais tarde estava na varanda e, ela saiu e me entregou essa música, e era a letra de “Friends”. Entrei em casa e fui para o piano e em poucos minutos a melodia estava pronta e nós tocamos para Bill naquela noite, e todo mundo gritou. Levantei-me no dia seguinte e olhei para minha esposa, e eu disse: “Deb, eu acho que pode ter algo aqui”.

Então… tenho escrito muito poucas músicas com a letra na minha frente e colocando uma melodia nela. Diria que 95% das minhas canções, foram feitas as melodias primeiro. Por muitas vezes tenho a ideia lirica, mas só preciso me encontrar com os grandes poetas, aqueles que fazem lindas letras como Amy Grant e Wayne Kirkpatrick. E sim, sempre me pego na melodia, sempre sinto que essa é a parte que mais chama a atenção do ouvido das pessoas.

Dan MacIntosh: Falando de Amy Grant, você tem alguma história sobre uma composição favorita com ela?

Michael: Oh, meu Deus, eu tenho muitas. O que me vem primeiro na mente é de quando estávamos no Colorado. Estávamos gravando no famoso Caribou Ranch. O álbum era Straight Ahead, e toquei para ela esta canção, “Thy Word”. Tinha acabado de ler as escrituras e fazer algo bem simples e cantava: “A Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho”. E isso era tudo que eu tinha escrito para a melodia que havia surgido.

Mais tarde naquela noite, Amy começou a caminhar em volta de seu chalé. Você tem que entender Caribou Ranch é um rancho de 8.000 hectares e é muito escuro, e está no meio do nada. Há ursos e todo esse tipo de coisa – você tem que realmente saber para onde está indo. E ela se perdeu.

E ela caminhando finalmente viu uma lâmpada e começou a caminhar em direção a essa luz, não percebeu que essa era a sua cabine. E ela entrou naquele pequeno chalé e sentou-se com um caderno e caneta e escreveu os versos de “Thy Word”.

Dan MacIntosh: Oh, meu Deus. Que grande história .

Michael: [Risos] Sim. E assim que surgiu a inspiração para a letra desta música. “Quando eu sinto medo, e acho que perdi meu caminho, ainda lá Você estará bem ao meu lado. Nada temo, enquanto Você estiver por perto. Por favor, esteja perto de mim até o fim”. Essa foi a inspiração toda quando ela estava perdida naquele rancho.

Dan MacIntosh: Uau. Sua canção “A Place In This World”, tenho certeza de que ela faz parte na história de muitas pessoas, e deve receber de alguma forma esses testemunhos de como você tem tocado suas vidas. Existem histórias particulares que te marcaram, e como isso inspirou as pessoas?

Michael: Bem, a única história que eu lembro claramente – Eu ainda poderia voltar a ler a carta – era uma menina jovem, eu acho que ela tinha entre 18 ou 19 anos de idade, tivera uma infância terrível em termos de abuso e ela tinha tendências suicidas. Ela me contou toda sua história em uma carta de duas páginas. Ela estava dirigindo pela estrada e ouviu em uma estação de rádio pop e era a canção “A Place In This World” e parou o carro e começou a chorar. Ela teve este encontro com Deus no acostamento de uma rodovia interestadual, e sua vida mudou para sempre. História de vida como essa nunca vou me esquecer. Houveram muitas pessoas que falaram sobre “A Place In This World”, mas esta é a única carta que eu nunca vou me esquecer.

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Dan MacIntosh: Uau. Deve ser incrível viver com essas histórias que é algo que você criou e pode ter um impacto tão grandepara alguém. Algumas pessoas olham para a música como entretenimento ou um passatempo, mas pode realmente mudar a vida das pessoas.

Michael: Absolutamente. O poder de uma canção. Incrível.

Dan MacIntosh: Eu quero finalizar e falando apenas do seu trabalho com Kari Jobe, que eu descobri recentemente e estou maravilhado com ela. Como você a descobriu ?

Michael: Bom, eu tenho ouvido falar sobre Kari já há um longo tempo, mas foi mais por conta de alguns projetos de adoração que ela participou. Ela já interpretou algumas das grandes canções de adoração, como “Revelation Song”, e uma par de outras música que ouvi como parte de minha lição de casa quando estava liderando o louvor na minha igreja. E gostaria de voltar e ouvir algumas das coisas que ela tem feito.

Nos conhecemos há cerca de cinco ou seis anos. E então, “meu Deus”, só tinha essa ideia louca de no final do álbum que ela viria fazer parte na faixa “You’re the One That Really Matters” Na verdade, seria apenas na versão ao vivo; essa é a única coisa que nós iríamos fazer juntos. E durante o vídeo de Sovereign, a coisa toda simplesmente explodiu naquela noite no estúdio, e foi simplesmente eletrizante.

E quando terminamos me voltei para ela um dia ou dois mais tarde e disse: “Você sabe que… se você não se importar, eu gostaria que pensasse seriamente em fazer parte da gravação ao vivo”. E ela disse que sim. Portanto, foi um boa hora. Uma boa maneira de terminar o CD. Estou muito animado com este projeto.

O que eu amo sobre Sovereign é que eu sinto que realmente ele é um álbum. Cada música se completa. Não são faixas separadas que não tem ligação, mas são várias faixas que se tornam uma só. É homogêneo, de fato como um álbum deve ser. Estou muito orgulhoso com este projeto.

Dan MacIntosh: Bom, realmente amei esta entrevista. E estou mega empolgado em saber que você está fazendo grandes canções de adoração no momento e sua energia como nunca esteve antes só me anima mais ainda. Então, isso é um bom sinal.

Michael: Claro, isso é um excelente sinal. Estou apaixonado e provavelmente estou mais enérgico agora do que jamais fui em projetos anteriores.

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CD: Sovereign

Playlist

1. You Won’t Let Go
2. Heaven Come Down
3. Miracle
4. Sky Spills Over
5. All Arise
6. You Are the Fire
7. Christ Be All Around Me
8. Sovereign Over Us
9. Hide Myself
10. The Same Power
11. I Lay Me Down
12. The One That Really Matters

Compre o CD no iTunes, AQUI.

Ouça o álbum na íntegra pelo Spotify.

 

Entrevista traduzida por Alex Eduardo | Fonte: songfacts.com

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